quarta-feira, 16 de julho de 2014

COPA: Comparando 2002 e 2014

2002. Coréia-Japão. Se hoje temos Fred, na época tínhamos o Lúcio. O novo técnico, um tal Luiz Felipe Scolari tomava decisões polêmicas e tirânicas. Não levou o veterano Romário, contrariando a aclamação geral. Foi uma copa cheia de zebras, com seleções poderosas sendo eliminadas nas primeiras rodadas. Com uma arbitragem suspeita, "favorecendo os anfitriões", segundo a visão de todos.

Familiar, não?

O site CHARGES.COM.BR acabou se tornando para mim, na depressão pós-copa, uma divertida retrospectiva daquele momento de glória. E mostrava bem a nossa ótica. Claro, ele conclui a saga pedindo perdão ao Felipão (o "torcedor" é um auto-retrato).

Seguem os links:


quinta-feira, 3 de julho de 2014

O ACORDÃO

Era um grande processo trabalhista de âmbito nacional, envolvendo centenas de indivíduos. Obviamente, para melhorar o entendimento da unidade, o grande grupo forma uma liderança informal, para ter representantes a tratar com alguma civilidade para com as autoridades administrativas, jurídicas e mesmo legislativas envolvidas no casuístico amplo.
Como tudo mais no Brasil, houve grande polarização política pelos cargos. E uma das forças – representada pelo “Senhor X” – triunfou sobre a Oposição – Encabeçada pelo Senhor “Y”.
Logo, sempre que haviam reuniões, “Y” e seus partidários passavam mais tempo tentando desacreditar a competência e mesmo a Lisura de “X” do que com propostas e procedimento de ação e posicionamentos de suas forças.
Em um particular dia de reunião, Senhor “Y” estava com um sorriso de orelha a orelha. “Desta vez eu vou desmascarar o Senhor X”, dizia a todos que ele encontrava, momentos antes de iniciar os debates e trabalhos envolvendo julgados mais recentes oriundos dos tribunais.
Aberto os debates, com o Senhor “X” assumindo a presidência da mesa, Senhor “Y” sobe ao palanque e, com o peito estufado em indignação, pede a palavra prioritária, que lhe é concedida.
- Olha aqui o que o Senhor “X” está fazendo! – fala ele, erguendo com fúria uma folha de papel recém-impressa. – Vocês achando que ele estava defendendo nossos interesses? Tá aqui o que ele fez! Um Acordão! Ele fez um ACORDÃO!
Apesar das letras pequenas, o Senhor “X” reconheceu o documento que causava tanta indignação ao seu concorrente. Mas optou pelo silêncio, pois teria a palavra logo depois.
Após algumas dezenas de minutos protestando contra o egoísmo e o “mal-caratismo”, finalmente Senhor “Y” encerra sua efusiva explanação. Senhor “X” puxa o microfone da mesa para si e trata de se explicar:
- Colega, isso que eu “fiz” foi o mesmo que todos os outros julgados fizeram. – adianta ele. – E só um detalhe: Não se lê “Acordão”. Se lê “Acórdão”*.
A plateia caiu na gargalhada.

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*ACÓRDÃO: Jur. Decisão proferida em grau de recurso por tribunal coletivo; Paroxítona, de pronúncia diferente da oxítona "Acordão", definido por nome chulo para acertos secretos que, por sua natureza sigilosa, com certesa não estamparia "Acordão" em sua peça.