O grupo faz sua primeira pausa. Metade dos integrantes está exausta, vomitando e completamente desgastada pela árdua tarefa de... subir escadas.
Daidoji Ayro observa o "Sherpa Hida", cuja única função parecia ser abrir o portão das Shadowlands. Ele só o faz quando alguém deseja ir até as Terras Malditas por vontade própria, o que acontece uma vez a cada mil anos, então, ele deve estar em forma. Mesmo após o esforço, O Hida nem está suado, rindo tranquilamente da situação. Pois demonstrar respeito por aqueles que vão morrer não está nos pergaminhos de etiqueta Hida.
— Será que isso é "algo dos Hida"? — pergunta Sena, ofegante. — Eles são melhores em subir escadas? Tipo... Eu venho das montanhas do norte das Terras dos Dragões. Já atravessamos meio continente a pé... Em teuria somos aeróbicos... mas essas escadas...
— Olhe para o Rayden — aponta Ayro. — Ele também é um Hida, e está ali, vomitando até os pulmões. Esse é o mais poderoso porteiro do universo.
Sena se senta desanimado, tentando recuperar a cor no rosto.
— Pelo menos os Mahou devem estar tão mal quanto nós... afinal, caíram de balão...
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Poucos minutos antes:
Um balão pousa com precisão no aeródromo improvisado pelos Goblins das Shadowlands.
— Bem-vindas, Senhora Koko, Senhora Fugino... e dois mestres que eu não faço questão de lembrar o nome! Como foi a viagem? — pergunta um goblin com uma reverência exagerada.
— Perfeita — responde o Irmão Mais Velho, de forma altiva. — Mantivemos a distância exata dos ex-Yorikis, o intervalo ideal. Um passo à frente! E os idiotas devem mesmo acreditar que foi o Bayushi quem jogou nossa localização no colo deles!
— Exatamente — comenta o Irmão Menor com um sorriso sarcástico. — Qualquer coisa maior que um passo, e eles teriam tempo para se preparar. Menor, e poderiam ter alguma chance de cumprirem objetivos... ridículo, não?
— Eu só queria... — tenta dizer Fugino, hesitante.
— Cale-se! — interrompe Koko com frieza. — Você é a mais inútil entre nós. Mais até que nosso goblin conosseur! Só está aqui porque eles queriam vingança por seus atos e já desistiram de interroga-la. Seu poderzinho de controlar animais não vale nada agora que eles não terão mais montarias, bichinhos de Roleplay ou alegria nas vidas após o trauma. Não vou dar a eles o prazer de te matar e se sentirem um pouco melhor depois da derrota humilhante!
— Se me permitem... — intervém o goblin, enaltecido por ser reafirmado acima da Fugino, mantendo um tom educado apesar da tensão. — Já colocamos o cadáver e os rastros na Armadilha Óbvia 1, e enterramos um monstro que se multiplica na Armadilha Óbvia 2. Estamos garantindo que não terão paz.
— E nosso hotel? — pergunta Koko, com indiferença. - Cama King Size e serviço de quarto?
— Está pronto — responde o goblin, ansioso. — E será demolido assim que os Yorikis se aproximarem.
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Algumas horas depois...
Fugino tira um pepino do olho, enquanto uma goblin desajeitada machuca sua cutícula durante a manicure. estavam no "Acampamento/Spa nº 5" de seu passeio pelas aprazíveis Shadowlands.
— Onde estão as liteiras? — questiona o Irmão Mais Velho, irritado. — Não esperam que nós... andemos até o Jardim e o palácio do Onilord, não é? Só o jardim são cem metros!
— Perdoe-nos, senhor — explica o Goblin Conosseur, com ar de desculpas. — A seda usada era verde, mas a Senhora Koko pediu para refazer com um tom de verde ligeiramente mais azulado.
— Precisamos controlar o tempo — murmura o Irmão Menor, enquanto recebia uma massagem... e a Goblin que o massageava sentia a massagem ela mesma. — Onde estão os Yorikis?
— Meus espiões informam que acabaram de chegar à "armadilha do zumbi de pus" — lê o Goblin Conosseur, consultando um papel.
— Isso quer dizer que eles estão a três ou quatro horas daqui! — exclama Koko, impaciente. — Como permitimos que ficassem tão longe? Se descansarem, ficaremos DOIS passos à frente! E ninguém quer isso!
— Assim que as liteiras estiverem prontas, vocês chegarão ao palácio em quinze minutos — informa o goblin, tentando acalmar a situação. - Então, saímos em três horas e quarenta e Cinco minutos!
— E quanto à armadilha? Um corpo no meio de um pântano... eles não vão evitá-lo ou içá-lo de longe? — pergunta o Irmão Mais Velho, cético.
— Antecipamos isso — responde o goblin, ajustando os óculos. — A armadilha... deixa eu consultar meus escritos... Achei! Ela é em qualquer lugar que quisermos.
— Então eles vão morrer nela! — sussurra Fugino, tentando evitar outra reprimenda.
— Não se preocupem — tranquiliza o goblin. — Apesar de ser inescapável, vamos deixá-los escapar...
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Uma hora antes do embate final...
— BWAHAHAHA! — gargalha o Onilord, orgulhoso. — Com este pacto, transformo você, samurai genérico do clã Moto, em um DEMÔNIO!
— EU VIVO PARA SERVIR! — responde o novo demônio, entusiasmado.
— E agora, com nosso prisioneiro secreto, entraremos nas Shadowlands com pergaminhos poderosos e um barqueiro que...
— Mestre, espere! — interrompe Isawa Koko, alarmada. — Eles não estão aqui!
— O quê?! — o Onilord estranha. — Não passaram no teste de furtividade, passaram?
— Furtividade? — o Irmão Mais Velho ri. — curioso o senhor acreditar em "Testes de Furtividade". Seu discurso explicativo "Surra-de-pau-mole" é impossível de evitar. Acho que eles simplesmente... Não vieram. Eu sei que eles chegaram, pois além de colecionar pokemons ... Digo, Onis... Eu sempre sei quando eles chegam nos lugares. Tenho certeza que não tem como não nos ver aqui no Jardim de Cem Metros...
— N-NÃO VIERAM?! — protesta o Onilord, indignado, com a mão na cintura. — Que desrespeito! Já transformei este Moto em demônio! Não posso desfazer isso! Terei de sacrificar outro samurai só para reafirmar o quão maligno eu sou! Eu só tenho na reserva um Mirumoto só... Mirumotos são raros hoje em dia!
— Será que recuaram? — o Irmão Menor, entristecido, reflete. — Nem tive a chance de mostrar meu poder absurdamente desequilibrado que destrói a base de combate do L5R ser rápido e destrutivo nos primeiros movimentos...
— Eles não recuam — afirma Koko, confiante. — Devem estar fazendo uma pausa. "Short Rest" de D&D.
— Então... — o Onilord pondera. — Levamos a reunião para o interior do palácio?
— ... Ei ... Oferecer uma legítima Dungeon Crawler? Fora de questão! — sugere o Goblin Conosseur. — Não, melhor enrolarmos aqui no jardin desnecessariamente exposto por mais uma hora.
— Certo — concorda Koko. — E, por favor, mande os goblins mais dispensáveis para a linha de frente para quando eu lançar meu poder desnecessariamente destrutivo. E que sejam aqueles que erraram a cor da liteira.