quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As 10 estratégias de manipulação midiática

Noam Chomsky:

O professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachussetts,
Noam Chomsky, elaborou uma lista das "10 Estratégias de Manipulação" através da mídia.
A estratégia da distração.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas").


Criar problemas e depois oferecer soluções

Esse método também é denominado "problema-reação-solução". Cria-se um
problema, uma "situação" previsa para causar certa reação no público a
fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas.

Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência
urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o
demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou
também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal
menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos
serviços públicos.

A estratégia da gradualidade

Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta
aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa
maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo)
foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo,
privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa,
salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que
teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

A estratégia de diferir

Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de
apresentá-la como "dolorosa e desnecessária", obtendo a aceitação
pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um
sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o
esforço não é empregado imediatamente.

Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar
ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido
poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à
ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade

A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza
discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis,
muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse
uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais.

Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom
infantilizante. Por quê? "Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela
tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então,
provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um
sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".

Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um
curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos
indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite
abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar
ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir
comportamentos...

Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os
métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da
educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre
e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja
entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e
permaneça impossível de alcançar (ver "Armas silenciosas para guerras
tranquilas
").

Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e
inculto.

Reforçar a autoculpabilidade

Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça,
devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços.
Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se
autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos
efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem

No transcurso dos últimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou
uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e
utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e
à psicologia aplicada, o "sistema" tem disfrutado de um conhecimento e
avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico.

O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si
mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um
controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos
indivíduos sobre si mesmos.

Fonte: Argenpress, reproduzido por dital