Geisy, estudante de turismo, foi para a faculdade com trajes sumariamente curtos. Definitivamente inapropriados para ambientes mais formais como (deveria ser) uma faculdade.
Mas a turba se juntou, a chamar de “Puta” ou coisas do gênero, mantendo-a por quatro horas em cárcere privado até a chegada de reforço POLICIAL!
A faculdade, dividida entre a causa de uma aluna e uma centena de pagadores de mensalidades, optou por expulsar Geisy. Era o que pesava menos no bolso...
... Até o vídeo tomar o Youtube de assalto. A opinião pública caiu em cima da decisão, e agora, Geisy tinha a seu lado a mídia, e a publicidade negativa que condenaria mensalidades presentes e FUTURAS. Voltando atrás com sua decisão.
Outro caso: Ana Flávia, médica, recém-casada e indo para a lua-de-mel por algum motivo que só cabe a ela dizer chega atrasada no aeroporto (contrariando a instrução de chegada com 2 horas de antecedência). A aeronave estava ainda no pátio, mas ela não compreendia que o procedimento de pressurização, bem como o controle de rota, as vultosas multas que a companhia aérea recebe quando seus vôos não decolam no horário programado, e o horário das cem demais pessoas no interior da aeronave (e que chegaram no horário).
Claro, ignorando tudo isso, frustrada com a nave parada na pista, ela poderia correr á Infraero e pleitear com quem tenha qualquer autoridade sobre a nave. Seria difícil isso acontecer, iria prejudicar todo o procedimento supracitado, e aquele que cedesse a seus apelos provavelmente sairia demitido naquela tarde mesmo... Mas tinha chance de funcionar!
Mas o que fez essa jovem portadora de diploma da mais disputada cadeira de qualquer universidade? Atacou o atendente do balcão. A menor autoridade na hierarquia depois do jardineiro, do faxineiro e do vendedor da banca de revistas do aeroporto Santa Maria.
Sensibilizando-o a sua causa? Subornando-o? Não. Ofendendo-o. Como profissional incompetente que ele era por fazê-la perder o vôo? Não. Por ser PRETO E POBRE! Ela salta o balcão, quebra computadores (afinal, ele não ia precisar deles para parar o avião, ou ia?) senta-se na esteira e abre fogo com injúrias contra o servidor na base da cadeia de comando de uma operação de vôo. Nisso, uma multidão entretida surge, e no meio destes, um celular com câmera de vídeo.
Este caso pytonesco chega à delegacia. Não um assalto, homicídio, pessoa desaparecida. Chega ao delegado um bate-boca no aeroporto. Segundo testemunhas só piora na delegacia: A frase “Se você chegar a meu pronto-socorro eu te deixo morrer!” teria sido proferida pela médica, que não só ignorou, como defecou sobre o juramento de Hipócrates. Vamos dar o benefício da dúvida da veracidade deste evento (não por não acreditar nele, mas por ser desnecessário ante ao exposto).
Os oficiais olham o caso, ninguém morreu. A ofensora não é (no campo prático) uma ameaça à sociedade, com pais abastados o suficiente para galgar-lhe educação de nível superior e provavelmente com dois advogados no dial do celular. Do outro lado, um ... PRETO E POBRE. Decide ignorar o flagrante crime de racismo (Não por ser inafiançável como um órgão de imprensa mencionou: porque foi apreendido no momento em que as injúrias ocorriam. Alias, elas prosseguiram até a delegacia!), a evidência gravada por um dos muitos fãs de barracos na cidade. Deixe que o judiciário cobre ressarcimento do prejuízo. Os grandes brigando.
E eis que o curioso fã de barracos decide compartilhar a pérola flagrada com seus 30 mil amigos íntimos do youtube. A opinião pública é chocada com a atitude da jovem médica e com seu desfecho. Movimentos Sociais são acionados, órgãos públicos movem suas engrenagens para mascarar sua vontade de ignorar o evento. Mas mesmo se isso não ocorresse: Uma profissional liberal como a Ana Flávia tem agora seu nome e rosto vinculados a um incidente desprezível, de sentimentalismo. Isso lhe trará muitos problemas na profissão de médica (isso se ainda puder exercer, pois a ofensa ao juramento de Hipócrates é muito sério no campo médico).
Moral da história: Não hesite em usar o celular para filmar injustiças cometidas contra você.
Ou chame um advogado.
Taquí o meu cartão.
Mas a turba se juntou, a chamar de “Puta” ou coisas do gênero, mantendo-a por quatro horas em cárcere privado até a chegada de reforço POLICIAL!
A faculdade, dividida entre a causa de uma aluna e uma centena de pagadores de mensalidades, optou por expulsar Geisy. Era o que pesava menos no bolso...
... Até o vídeo tomar o Youtube de assalto. A opinião pública caiu em cima da decisão, e agora, Geisy tinha a seu lado a mídia, e a publicidade negativa que condenaria mensalidades presentes e FUTURAS. Voltando atrás com sua decisão.
Outro caso: Ana Flávia, médica, recém-casada e indo para a lua-de-mel por algum motivo que só cabe a ela dizer chega atrasada no aeroporto (contrariando a instrução de chegada com 2 horas de antecedência). A aeronave estava ainda no pátio, mas ela não compreendia que o procedimento de pressurização, bem como o controle de rota, as vultosas multas que a companhia aérea recebe quando seus vôos não decolam no horário programado, e o horário das cem demais pessoas no interior da aeronave (e que chegaram no horário).
Claro, ignorando tudo isso, frustrada com a nave parada na pista, ela poderia correr á Infraero e pleitear com quem tenha qualquer autoridade sobre a nave. Seria difícil isso acontecer, iria prejudicar todo o procedimento supracitado, e aquele que cedesse a seus apelos provavelmente sairia demitido naquela tarde mesmo... Mas tinha chance de funcionar!
Mas o que fez essa jovem portadora de diploma da mais disputada cadeira de qualquer universidade? Atacou o atendente do balcão. A menor autoridade na hierarquia depois do jardineiro, do faxineiro e do vendedor da banca de revistas do aeroporto Santa Maria.
Sensibilizando-o a sua causa? Subornando-o? Não. Ofendendo-o. Como profissional incompetente que ele era por fazê-la perder o vôo? Não. Por ser PRETO E POBRE! Ela salta o balcão, quebra computadores (afinal, ele não ia precisar deles para parar o avião, ou ia?) senta-se na esteira e abre fogo com injúrias contra o servidor na base da cadeia de comando de uma operação de vôo. Nisso, uma multidão entretida surge, e no meio destes, um celular com câmera de vídeo.
Este caso pytonesco chega à delegacia. Não um assalto, homicídio, pessoa desaparecida. Chega ao delegado um bate-boca no aeroporto. Segundo testemunhas só piora na delegacia: A frase “Se você chegar a meu pronto-socorro eu te deixo morrer!” teria sido proferida pela médica, que não só ignorou, como defecou sobre o juramento de Hipócrates. Vamos dar o benefício da dúvida da veracidade deste evento (não por não acreditar nele, mas por ser desnecessário ante ao exposto).
Os oficiais olham o caso, ninguém morreu. A ofensora não é (no campo prático) uma ameaça à sociedade, com pais abastados o suficiente para galgar-lhe educação de nível superior e provavelmente com dois advogados no dial do celular. Do outro lado, um ... PRETO E POBRE. Decide ignorar o flagrante crime de racismo (Não por ser inafiançável como um órgão de imprensa mencionou: porque foi apreendido no momento em que as injúrias ocorriam. Alias, elas prosseguiram até a delegacia!), a evidência gravada por um dos muitos fãs de barracos na cidade. Deixe que o judiciário cobre ressarcimento do prejuízo. Os grandes brigando.
E eis que o curioso fã de barracos decide compartilhar a pérola flagrada com seus 30 mil amigos íntimos do youtube. A opinião pública é chocada com a atitude da jovem médica e com seu desfecho. Movimentos Sociais são acionados, órgãos públicos movem suas engrenagens para mascarar sua vontade de ignorar o evento. Mas mesmo se isso não ocorresse: Uma profissional liberal como a Ana Flávia tem agora seu nome e rosto vinculados a um incidente desprezível, de sentimentalismo. Isso lhe trará muitos problemas na profissão de médica (isso se ainda puder exercer, pois a ofensa ao juramento de Hipócrates é muito sério no campo médico).
Moral da história: Não hesite em usar o celular para filmar injustiças cometidas contra você.
Ou chame um advogado.
Taquí o meu cartão.