domingo, 14 de agosto de 2011

Batman - A franquia do ilusionista

Eu não posso parar de pensar na forma que os ilusionistas trabalham quando penso nos filmes de Batman. Um mágico não é o cara que faz a moeda desaparecer, e sim aquele que a traz de volta. 

Ao contrário dos feiticeiros da idade média, sabemos que estamos vendo algo que não é real. Mas aceitamos e até queremos ser enganados. E quando descobrimos como se faz o truque, um pouco daquele espírito morre.

Calma, que mostrarei meu ponto em breve:

O primeiro filme do Chris Nolan, "Batman Begins", tinha um único grande expoente nos trailers: O Batmóvel. O "Bat-tanque" massavéio como diria os MDM. Ao redor desse grande tanque de guerra, mencionavam Lian Nielsen como o treinador, dava relances no Raz Al Ghoul - o mais temível vilão do Batman para quem lê quadrinhos. Mas o Batmóvel era tão chamativo que ninguém queria discutir nada fora aquilo... "Será que presta"? "será que vai ficar uma porcaria"?
 Quando o filme saiu, todos curtiram o batmóvel, mas o que realmente chocou a platéia foi o próprio nascimento da lenda... E o fato que Lian Nielsen, ao contrário das expectativas, ERA Raz Al Ghoul.

O segundo filme, o mais bem-sucedido filme de super-heróis da história - não só em termos de retorno financeiro. O Batman ganha um "Bat-pod". Mais STYLE que um tanque de guerra, mais ágil. E esse coringa de vilão? Heath Ledger? O cara do filme dos cowboys gays? Aparece do nada gritando "Matem o morcego!"? Como esse cara vai convencer? Ainda mais num tema batido como esse?
 Bem, este foi o mais bem-sucedido filme de super-herói da história, um dos mais bem-sucedido do mundo (e muito mais profundo que Titanic e Avatar do James Cameron). Todas as cenas do trailer, incluindo citações, acabam antes da metade do filme. Tudo é novo. O confronto do Batman e do Coringa não é mais um batpod contra um caminhão dando cambalhota, mas a alma dos cidadãs de uma cidade que, no filme anterior, não conseguia nem denunciar policiais corruptos.

Agora volto ao ilusionismo: Como o mágico tira a moeda de nossa atenção? 

Nos distraindo. 

Ele mostra o lenço. Ele embaralha as cartas. Ele mostra o que você quer ver com a mão direita enquanto a esquerda a moeda sai de um lugar para o outro. A carta marcada fica em posição. 

E "Voalá". A platéia é surpreendida. O que nos mostraram era curioso e divertido, mas a magia se revela surpreendentemente. Estava tudo lá, mas escolhemos ignorar. A prestidigitação foi brilhante, mas nossa surpresa espontânea eleva à categoria de sobrenatural o espetáculo.

Alias, Christian Bale ESTAVA em "The Prestige".

Decidi escrever isso porque, após o mais bem-sucedido filme de super-heróis da história do cinema, muito peso traz este último capítulo da trilogia. E nos últimos meses a internet tem sido inundada por fotos e vídeos da mulher-gato de colante (mi-au!) e do novo trambolho massavéio: O Batwing.

Seguem os vídeos... assistam e criem expectativa.

Afinal, nada nesta manga...



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